SEMINÁRIO INTERNACIONAL – PCB CEM ANOS

O Seminário Internacional será dedicado à discussão da trajetória do Partido Comunista no Brasil (PCB), que completa 100 anos em março de 2022. O partido nasceu sob o influxo da Revolução Bolchevique e se vinculou ao Movimento Comunista Internacional comandado pela URSS. Durante décadas, foi o referencial da política de esquerda no Brasil e, por isso, junto com outras forças políticas, faz parte das realizações, conquistas e insucessos de vida política nacional.  O seminário se propõe a discutir a trajetória histórica deste partido desde as tentativas insurrecionais até sua participação direta nas estratégias de desenvolvimento e democratização da sociedade brasileira.

O Seminário será realizado entre 08 e 10 de março no formato webinar, com transmissão ao vivo a partir das 8:15 no dia 08/03 e nos dias 09 e 10 às 9:30h. As 3 Mesas de Debates do Seminário Internacional (veja abaixo), assim como a Abertura e Encerramento, terão transmissão ao vivo pelos perfis oficiais da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) no Youtube e Facebook:  

> https://www.youtube.com/c/FundacaoAstrojildoPereira

https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap

Confira a Programação e os Participantes acessando https://www.fundacaoastrojildo.org.br/

MESAS

O COMUNISMO NO BRASIL (1922-1992)

Esta primeira seção discute a vinculação do PCB com a História global do comunismo, da filiação à Internacional Comunista até o fim da URSS. A discussão visa indagar que tipo de comunismo se estabeleceu e vicejou no país, pensado em comparação com outras experiências tanto europeias quanto latino-americanas. Na sua trajetória, o PCB esteve a maior parte do tempo na ilegalidade, ascendendo à vida legal em poucos momentos (1945-47), sendo legalizado em 1985, apenas seis anos antes da sua metamorfose em Partido Popular Socialista (1992). Posteriormente, em 2020, uma ruptura de caráter histórico fundou um novo partido: o Cidadania.

O NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO EM QUESTÃO

A esquerda brasileira capitaneada pelo PCB teve na chamada “revolução brasileira”, de caráter nacional e anti-imperialista, seu principal projeto de intervenção na realidade brasileira. Depois da ditadura do Estado Novo (1937-1945), paulatinamente, esse projeto foi ganhando traços de uma estratégia nacional-desenvolvimentista que galvanizou diversos setores sociais e políticos do país. A Declaração de Março de 1958 definiu a perspectiva nacional e democrática de desenvolvimento como o núcleo central da “revolução brasileira”. O que se quer discutir aqui é a da adesão a esse tipo de estratégia, suas consequências e, por fim, seu esgotamento em função do golpe militar de 1964 e do chamado “milagre econômico” promovido pela ditadura, a partir de meados da década de 1970. As profundas mudanças tecnológicas e posteriormente pelo advento da globalização acabaram por produzir uma reorientação geral às perspectivas de desenvolvimento e superação das crises estruturais da economia e da sociedade brasileira. A opção pela democracia coincide com essas profundas mudanças e coloca em questão a validade da adoção novamente de uma estratégia nacional-desenvolvimentista, como a do passado.

O DESAFIO DA DEMOCRACIA EM TERMOS GLOBAIS

A passagem da revolução para o reformismo e a opção pela democracia foram resultados da luta contra a ditadura e deram base para a integração do PCB ao sistema político da democracia brasileira embasada na Constituição de 1988. Isso coincidiu com o fim do Comunismo Global, com o fim da URSS. O início da década de 1990 assiste à metamorfose do PCB em PPS. O mundo parecia viver o coroamento da democracia liberal, que alguns viram como o “fim da História”. A globalização se impunha de maneira triunfante e imparável, juntamente com as mudanças tecnológicas. Em meio a essas complexas mudanças, a democracia, que era vista como esperança de renovação, foi se mostrando como um problema complexo e de difícil enfrentamento. No alvorecer do século XXI ela passa a ser atacada por todos os lados, colocando em xeque suas perspectivas de dar direção, estabilidade e senso de futuro para um mundo em mudança vertiginosa. A sedução por “adaptação indiferenciada” alcançou inúmeros partidos da esquerda ocidental. A crítica a essa opção ainda não produziu resultados claros, mas alimenta as perspectivas atuais para uma esquerda democrática, neste que parece ser um novo ciclo histórico, difícil, mas aberto à criação humana.

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